VaLiSeS meta-PoéTicAs Xviii
Poética
Para Trina Quiñones
por Antonio Miranda
Um menino me disse
– mas estava enganado –
gostar de poesia porque
ele lia tudo rapidinho.
Ledo engano: quanto menor
o poema, mais denso
requer pausas, releituras
cruzar os pensamentos.
Ler no espaço das palavras
além das formas/ideias
não ler as palavras
mas sua tessitura interna.
A poesia é mais de quem lê
do que de quem escreve
– o poema circunscreve
um universo qualquer.
Todo poema é hermético
requer um certo desvendar
porque o poeta-ventríloquo
fala pela boca de outrem.
Palavras-coisas, lapidais.
Palavras-pessoas, além
de si mesmas – outras
– palavras homologais
mesmo as circunstanciais
cifradas no eu-mesmo
da poesia do circunlóquio
que se liberta e ganha
espaço.
This entry was posted on 29 abril, 2009 at 12:47 pm and is filed under Antonio Miranda, literatura, Literatura Brasileira, literature, Metalinguagem, Poética, poema, poesia, Poetry. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 feed. You can leave a response, or trackback from your own site.
3 maio, 2009 às 12:11 am
É bem assim… muito bom mesmo, esse texto em formato de poema, auto-descritivo. Abraço, procês!
6 maio, 2009 às 4:18 pm
Poesia é Espaço a quem lê e a quem escreve, ética e estética, tempo em forma de esferas pontuais.
Que boa leitura, Poetas!!!
Abraços,
Carmen Silvia Presotto
http://www.vidraguas.com.br